Monday, December 24, 2007

Melancolia da tarde

"Um canto santo de fervente amor"
Castro Alves.

Tarde fagueira que de amor suspira
"Um canto santo de fervente amor",
É a voz do bardo que sussurra a dor
Nas cordas tristes de plangente lira.

Seu canto é triste como a voz do sino
Que anuncia na capela o triste fim,
Oh minha amada, meu belo serafim,
Por que deixaste a mim triste destino?

E canta o poeta a nênia entristecida,
Evoca a musa dos seus ultimos amores
Com seu canto triste de infinitas dores,
Na tarde fagueira que de amor suspira.
(Martins Caminha)

Friday, December 07, 2007

A neve

Ah! comme la neige a neigé!
Ma vitre est un jardin de givre.
Ah! comme la neige a neigé!
Qu'est-ce que le spasme de vivre
À la douleur que j'ai, que j'ai!
Émile Nelligan

A temperatura cai, o tempo é frio, 
Tao adverso dos meus tropicos queridos
Que tao longe me deixam entristecido,
E a saudade me deixa assim perdido.

Sinto n'alma a dor e a solidao da patria,
Como se em meu peito um rigido punhal
Fosse cravado sem do nem piedade,
Oh céu querido, oh mar, oh terra amada.

A neve cai, como tempestade ou tormenta,
Para trazer me a dor de viver no claustro
Como um astro nublado que alimenta,

De esperança, de dor e sofrimento,
De viver longe da patria, no exilio
Sem amigos, sem amores, sem ninguém.

(Oliveira de Melo)

Friday, November 23, 2007

A uma amiga.

Como os lirios dos vales de Salomao,
Tu és o balsamo sagrado que dá vida,
É a rosa perfumada que irradia
Com doce perfume um pobre coraçao.

E como a flor mais bela do Olimpo,
Que trescala aos deuses seu perfume,
Tu redimes os amigos do queixume
Com palavras de ternura e carinho.

Pois como uma rosa ou eterna flor
Seras sempre a roseira mais bela
Que em meu jardim sempre florece,
E seras sempre regada com amor.
(Adenauer)